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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Eram os Incas Venusianos Javaneses?


Sou deste tempo! Não vou apresentá-los pois seria perda de tempo, já que quem acessa este meu blog não é desta geração. 
Ao cair na "rede" e me atrever a usar a tecnologia para me expressar, (lembrando que não tenho compromisso com os adultos e não escrevo para crianças), me vejo na maioria das vezes em situação constrangedora. Explico, ou melhor tento: Tal qual o personagem Castelo do conto "O homem que sabia javanês"obra do excelente escritor Lima Barreto, me encontro dedilhando palavras que conheço e que quero dar sentido ao meu sentimento e, de pronto vem no meu facebook  uma resposta, um comentário numa lingua estranha, palavras as vezes só com consoantes, sem vogal, ou ao contrário, e que me deixam sem entender se a conversa foi aceita, se o retorno é amigável ou se o interlocutor, no outro lado do facebook se engasgou. É "rsrsrs"; hrrhhs, uauaua, =D, grrrrgggg, kakakakakak, entre outras.
No delicioso literato de Lima, tem uma passagem assim: 
O que eu quero, meu caro Senhor Castelo, é cumprir um juramento de família. Não sei se o senhor sabe que eu sou neto do Conselheiro Albernaz, aquele que acompanhou Pedro I, quando abdicou. Voltando de Londres, trouxe para aqui um livro em língua esquisita, a que tinha grande estimação. Fora um hindu ou siamês que lho dera em Londres, em agradecimento a não sei que serviço prestado por meu avô. Ao morrer meu avô, chamou meu pai e lhe disse: "Filho, tenho este livro aqui, escrito em javanês. Disse-me que mo deu que ele evita desgraças e traz felicidades para quem o tem. Eu não sei nada ao certo. Em todo caso, guarda-o; mas, se queres que o fado que me deitou o sábio oriental se cumpra, faze com que teu filho o entenda, para que sempre a nossa raça seja feliz." Meu pai — continuou o velho barão — não acreditou muito na história; contudo guardou o livro. Às portas da morte, ele mo deu e disse-me o que prometera ao pai. Em começo, pouco caso fiz da história do livro. Deitei-o a um canto e fabriquei minha vida. Cheguei até esquecer-me dele; mas, de uns tempos a esta parte, tenho passado por tanto desgosto, tantas desgraças têm caído sobre a minha velhice que me lembrei do talismã da família. Tenho que o ler, que o compreender, e não quero que os meus últimos dias anunciem o desastre da minha posteridade; e, para entendê-lo, é claro que preciso entender o javanês. Eis aí.
A analogia que faço é de que quando abro minha página no "face"repleto de "adicionados", sinto que sou o barão que precisa decifrar o livro que herdou do avô sob pena de perder o trem da história. Estou me encontrando na similitude desta estoria e o desafio de aprender o "Javanes" é a minha lida no dia a dia.

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